Eu estive aqui - Gayle Forman

Autora: Gayle Forman  
(Cortesia)    
Editora: Arqueiro 2015
228 págs

Fazia tempo que eu não lia um livro sem criar expectativas e confesso que a experiência foi interessante. Esse foi meu primeiro contato com a escrita da Gayle Forman, autora que já tem quatro livros lançados no Brasil, sendo o mais famoso "Se eu ficar".

Adorei a capa do livro e apesar da diagramação da editora arqueiro ser simples consegue deixar o leitor bem à vontade com suas páginas amareladas e letras com fonte e espaçamentos agradáveis. Os capítulos se dividem em curtos e médios e a narrativa em primeira pessoa me fez sentir parte da história.

Eu estive aqui conta a história de duas amigas de infância que tinham planos comuns de continuarem juntas na universidade, mas por força maior Meg acabou indo sozinha para faculdade e Cody ficou em sua cidade natal trabalhando e juntando dinheiro para se mudar e juntar-se a amiga na cidade grande. Mesmo Cody sentindo e acreditando que Meg era sua metade, como se elas fossem uma só a vida e a rotina acabaram afastando-as e elas já não sabiam mais o que a outra pensava e sentia. E foi sem esperar que Cody recebeu um e-mail da Meg informando que precisou dar fim à própria vida, porque precisava acabar com a dor; além de dizer que Cody não tinha nada a ver com sua decisão e que sentia por causar sofrimento a ela.

 

A partir daí acompanhamos Cody em uma busca incansável por explicações e entendimentos para a motivação da amiga para tomar uma decisão tão drástica. Cody se culpa por não ter percebido nada e por ter permitido que o afastamento temporário delas tenha dado oportunidade da amiga se sentir perdida e sem ter com quem compartilhar seus momentos de alegria e tristeza.

 

Uma coisa que achei interessante foi que mesmo ausente fisicamente Meg esteve muito presente na história, já que Cody ficava recordando seus momentos especiais ao lado da amiga (passado), além de ir à república onde Meg estava morando antes do suicídio (presente) e conhecer colegas de faculdade (destaque para Alice, Richard e Harry). Cody acaba investigando os últimos passos da amiga pelo notebook e descobre e-mails para um rapaz chamado Ben McCallister, guitarrista desejado por muitas meninas da cidade, que a deixam intrigada. Dessa forma ela tentará montar o quebra-cabeça que a convença e ajude a encontrar um culpado para o ocorrido, ela não aceita que sua amiga tenha tomado essa decisão sozinha e ao mesmo tempo não consegue deixá-la ir.

Para quem assim como eu pensou que esse livro teria uma carga dramática daquelas que nos deixam com o coração pesado, pode relaxar, temos sim momentos de tensão ao longo da narrativa devido aos assuntos abordados, mas a autora soube dar a medida certa para deixar o livro leve e rápido. Com a leitura podemos refletir sobre a forma como levamos nossa vida e encaramos nossos problemas, o que valorizamos, os perigos a que estamos expostos tanto na vida real quanto virtual, a responsabilidade que temos sobre nossos atos e escolhas, além claro da forma como perdoamos e conseguimos encontrar coragem para continuar vivendo após perdas irreparáveis.

E para mim a melhor parte foi perceber o crescimento da Cody ao longo da história; a forma como ela passa a valorizar sua mãe e a sua vida, além de encontrar o primeiro amor onde menos esperava. Após ter todas as explicações que precisava sobre o ocorrido com a amiga ela finalmente consegue deixar a amiga partir e dessa forma recupera sua força, esperança e vontade de retomar sua vida, criando assim novos laços e recomeços.

 

Indico essa história para todos que gostam de enredos com realidade, drama, mistério e claro um pouco de romance afinal todos desejam ser aceitos e amados na vida.

(Fonte das Imagens: Google)

P.s. Não deixem de ler no final do livro a Nota da autora, onde Gayle explica de onde tirou sua inspiração para desenvolver essa história, que tem sim inspiração na realidade (vc sabia que o Brasil é o oitavo país com maior número de suicídios no mundo!!!???? Dados da Organização Mundial de Saúde).

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