Razão e Sensibilidade - Jane Austen

 


Editora: Faro Editorial
(Lido em parceria)
2024 - 228 págs

Sinopse perfeita: "Considerado um dos maiores romances de Jane Austen, Razão e Sensibilidade acompanha a vida das irmãs Elinor e Marianne Dashwood enquanto passam por turbulências em busca da felicidade amorosa. Com sarcasmo mordaz e inteligência profunda, entre peripécias, desencontros e revelações, a obra retrata a verdadeira revolução social ocasionada pela mudança para a realização do casamento por amor. Há em Razão e Sensibilidade uma história de amor que, num primeiro momento, parece trivial, mas quando a penetramos profundamente, encontramos uma narrativa sobre maturidade, crescimento pessoal, honra e compromisso, na qual vencem o cultivo do caráter, a sinceridade de propósitos, a paciência, a generosidade e a persistência; e o amor surge como consequência do desenvolvimento da personalidade pelos valores elevados e da síntese entre razão e sensibilidade.

Trata-se de uma obra que permanece atual, especialmente numa época como a nossa, em que a insensibilidade assumiu o poder, e a razão é capaz de assumir, muitas vezes, uma voz cínica ou moralista."

Lembrando:
"O romance de época não se importa com datas e nem faz referências a fatos históricos importantes, ele se preocupa em mostrar como vivia e se comportava um povo em um determinado tempo."

Esse foi o primeiro livro da Jane Austen que li em abril de 2013, então essa releitura veio em uma boa hora, já que eu não lembrava de quase nada da história. E garanto que li dessa vez com um olhar mais crítico e a apesar de entender que muita coisa relatada na história eram costumes da época e que graças a Deus já mudou, foi difícil ler algumas falas de dois personagens que tive raiva e o livro ficou cheio de comentários de minhas reações ao longo da leitura. Mas de uma forma geral foi muito bom perceber o inicio das mudanças na sociedade que começava a cogitar os casamentos motivados por sentimento e não só por negócios. Mas mesmo assim fiquei impressionada em como se falava abertamente de quanto cada um ganhava e qual casamento seria mais vantajoso e tal. Apesar desse ponto que me incomodou um pouco amei acompanhar os personagens que com seu caráter e resiliência souberam superar as dificuldades e esperar a hora de ser feliz. Amei a releitura e indico demais.

Relendo minha primeira resenha percebi que os personagens que mais gostei continuam os mesmos Elinor Dashwood e o Capitão Brandon. O amadurecimento de Marianne Dashwood em todo enredo foi maravilhoso, ela precisou sair do seu mundo de exigências adolescentes e crenças, passar por uma decepção, ficar doente mas aprendeu com tudo que lhe aconteceu, deixou a teimosia de lado e se permitiu ser feliz e valorizando mais e mais sua mãe e irmãs. Edward Ferrars apesar de tímido e contido conseguiu provar seu valor e dar a volta por cima antes de conquistar sua felicidade.

Mas preciso falar de alguns personagens que tive muita raiva e tive vontade de entrar na história pra falar poucas e boas (hahaha): O primeiro foi John Dashwood que após a morte do pai prometeu cuidar das irmãs e da madrasta (estabelecer elas, porque nessa época as mulheres não herdavam propriedades e passavam por sufocos após perder os pais e maridos) e a esposa dele acabou o convencendo a dar a elas o mínimo do mínimo e se não fosse a ajuda de um parente distante a situação delas teria sido pior. Mais leiam e descubram por tudo que essas mulheres fortes enfrentaram até conseguires se reestabelecerem.

O outro personagem que me deixou 'p' da vida foi o Mr. Willoughby, esse personagem teve uma trajetória que não me agradou em nada, fez a escolha dele pelo casamento por dinheiro do que pelo amor, para não perder seu padrão de vida e depois veio com um papo de estar arrependido e que não queria que as Dashwood o odiasse etc, jesus não deu pra mim, atrasou minha finalização da leitura aturar o capítulo enorme com as desculpas e justificativas, não deu pra mim.

De uma forma geral amei reencontrar os personagens dessa história, e refletir de forma mais crítica dessa vez aos personagens já citados. Como dizem as releituras são positivas nesse aspectos porque elas nunca encontrarão o leitor do mesmo jeito, fiquei feliz em perceber o quanto amadureci depois de onze anos do primeiro contato com esse enredo. Penso que ler romances de época, de autores clássicos ou contemporâneos nos dá a oportunidade de refletir sobre a evolução dos costumes de nossa sociedade, no caso dos direitos das mulheres e dos direitos civis, além de outras conquistas ao longo dos séculos. Fica a dica de mais uma ótima leitura, mas o lembrete é que os livros da Jane Austen não são livros para se ler apressadamente, mas de forma tranquila porque ela costuma pintar um quadro em nossa mente e ir desenvolvendo o enredo aos poucos ao longo dos diálogos dos personagens. É isso, fiz uma resenha mais das minhas impressões mesmo sem me preocupar tanto com regras e estruturas, espero que vocês tenham gostado.


Confira também a resenha de Orgulho e preconceito aqui!!!

Filme de 1995:


(As Dashwoods)


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