Um Dorama para chamar de meu - Marina Carvalho

 

Editora: Astral Cultural
Ficção Brasileira
2019 - 320 pags
Sinopse: Skoob

A tempos não lia nada da Marina Carvalho e já estava com saudades. E quando decidir me deixar escolher pelos livros para fechar o ano de 2024 com chave de ouro, com uma leitura leve, divertida e romântica não tive dúvida que seria 'Um dorama para chamar de meu' o escolhido. Garanto que superou minhas expectativas e fechou minha lista de melhores leituras do ano da melhor forma possível.

Começamos a história conhecendo Mariana, sua irmã e as amigas em um happy hour em um bar em São Paulo numa noite de chuva. Ao lado delas tem uma mesa de homens falando coreano, mas elas acham que eles não entendem português e Mari acaba dizendo que um deles é lindo e que adoraria ter uma noite sem compromisso com ele.

Mariana é formada em jornalismo e trabalha numa agência de comunicação como assessora de imprensa. "Trabalho com paixão, porque escolhi a profissão certa. Não ligo se o serviço exige que eu corra para lá e para cá. Aliás, essa característica é, na verdade, um combustível para minha motivação." pg.17 Ela é informada pelo seu chefe que irá assessorar um fotógrafo durante a turnê de lançamento de seu livro e por isso terá que viajar com ele pelo Brasil. "Como eu haveria de não gostar desse trabalho? Além do boxe, viajar é outra das paixões que cultivo." pg.21 A surpresa meus amores é que ele é justamente o homem lindo da noite do bar, mas ela não reconhece de imediato, mas ele sim. Pense na situação que irá render cenas hilárias ao longo da história.

O primeiro contato entre Mariana e Joaquim não foi bom, ele a ignorou o tempo todo e isso a deixou um pouco desanimada com a viagem. Mas seguindo o conselho da irmã decidiu ser profissional, assumir sua função, acumular experiência e voltar pra casa cheia de moral após esse trabalho super importante. Ela sofre de ansiedade e o boxe a ajuda a se equilibrar.
"Uma pessoa como eu, comunicativa desde o berço, pode morrer de ansiedade ao lado de um sujeito tão fechado como esse fotógrafo. Meu coração chega a estar disparado de tanto nervoso." pg.34 A melhor coisa é acompanhar como o relacionamento deles vai sendo construído aos poucos e ficando cada vez melhor, eles vão passando pela fase de conquistar a confiança e permitir que seus sentimentos se fortaleçam antes de tomar qualquer atitude no campo romântico. 

Durante a turnê Mariana começa a perceber situações suspeitas que colocam em risco a vida de Joaquim, mas ninguém a leva a sério no início. Mas após ela salvar a vida dele algumas vezes as coisas começam a mudar e acabamos descobrindo que o pai de Joaquim tinha deixado uma dívida com a Máfia Coreana e após sua morte a 'dívida' agora era de Joaquim. Eles tinham descoberto o paradeiro da família e agora queria a quitação da dívida, pense na confusão. Desse momento em diante todos irão se mobilizar para resolver tal situação e Mariana mais uma vez se colocará em risco para salvar seu amor. Além dela outros personagens como amigos e familiares farão seu melhor para que tudo termine bem.

A autora informa que escreveu o livro inspirada em sua paixão por doramas e tentou através de Mariana e Joaquim fazer "um tributo às excelentes produções asiáticas, mas também uma maneira de mostrar, sob meu ponto de vista, que o mundo é plural e que vale, sim, a pena valorizar as manifestações culturais existentes aqui e acolá." Então se você tiver a oportunidade de ler esse título aproveite, você vai amar eu garanto!!!

Enquanto eu lia lembrei da música 'Perigo' da Zizi Possi, adoro 💜💜💜


<< + QUOTES >>

"Mariana, uma mulher multifacetada, que tem prazer na profissão, é carismática e pratica boxe desde pequena. E que, por causa de seu trabalho, conhece um sul-coreano introspectivo e cheio de mistérios." pg.7

"Mariana vive seu próprio drama asiático com direito a mistério, paixão e uma maravilhosa road trip pelo Brasil. Uma aventura que fará duas pessoas aprenderem a conviver com suas diferenças e perceberem que são mais compatíveis do que imaginam." pg.8 

"Joaquim Matos descobre na fotografia a melhor maneira de se posicionar frente às questões da sociedade. Seguindo por esse caminho, é reconhecido como um dos mais importantes fotojornalistas da atualidade. Adepto das imagens em preto e branco, ele procura retratar o ser humano comum, em seu cotidiano, fazendo do mundo seu verdadeiro escritório." pg.22

"Nunca fugi de trabalho e os desafios só me deixam ainda mais entusiasmada." pg.23

"O Senhor Coreia é bem bonitão e me traz a sensação de que já o vi em algum lugar, talvez em algumas publicações da imprensa especializada mesmo." pg30

"Luto boxe há anos. Por isso, muitos acabam achando que gosto de encrenca, um estereótipo equivocado de quem aprecia esse esporte. Mas é justamente o contrário. Quando o clima começa a esquentar, prefiro bater no chão, avisando que estou me retirando da luta." pg.43

"Fazer assessoria de comunicação para empresas ou pessoas físicas é estar ciente de que temos que dançar conforme a banda toca. Nem sempre nós, assessores, concordamos com a filosofia dos clientes, mas nosso trabalho é não só representá-los, como apoiá-los quando necessário. E apagar incêndios. Somos os bombeiros da comunicação." pg.56

"Gostaria que todo mundo tivesse a chance de conhecer meu pai. Ele é grandalhão, fala grosso, não é muito esclarecido, mas é uma pessoa surpreendente, com um coração de manteiga." pg.66

"Mas que cultuar o físico, treinar é um poderoso remédio para minha mente." pg.67

"Ser antipático não é uma intenção calculada. Simplesmente não gosto de socializar por obrigação. Aquele monte de abraços e beijos forçados, gente de sorrisos armados, zero naturalidade." pg.86

"É fascinação que chama quando ficamos tão atraídos por algo que não prestamos atenção em mais nada?" pg.89

"O que acontece com essas pessoas que acreditam que se outra estiver sozinha é digna de pena? Sou do tipo que convive numa boa com a falta de companhia." pg.89

"Joaquim é a personificação do pecado. Acho que vou para o inferno." pg.148

"Ele pode ser caladão, mas, quando resolve falar, quase me causa problemas de saúde." pg.158

"Tudo que queria era viajar sem compromisso para algum canto do mundo com minha câmera na mão - e Mariana ao meu lado." pg.179

"Nós nos beijamos apaixonada e selvagemente, ofegantes e esfomeados. O atrito entre nossos corpos contribui para querer mais  mais." pg.183

"Fotografia é como escrever um livro, compor uma música, pintar um quadro. Requer preparação, sensibilidade. Tem dias que ando sem nem olhar para os lados. Só quero chegar o mais rápido possível no café da esquina." pg.207

"Nunca me apaixonei como agora. A intensidade desse sentimento é tanta que chego a ficar preocupada." pg.226

"Não sei bem quando comecei a amá-lo, mas tenho amado Joaquim o tempo todo, Quando você finalmente conhece "a pessoa", esquece quando o seu amor começou." pg.316  

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