Editora: Faro Editorial
Literatura Infatojuvenil
Lido em parceria
2024 - 160 págs
Sinopse: Skoob
Esse foi um lançamento do mês de abril que me deixou curiosa desde o primeiro momento, mas que só consegui solicitar agora a pouco e não me arrependi, a leitura superou minhas expectativas e me senti saudosista relembrando histórias com personagens como Percy Jackson, Harry Potter e a série 'Os últimos Jovens da Terra'. Todos livros onde seus personagens correm contra o tempo para resolver algo essencial para suas vidas. Não sei se 'Entre monstros e fantasmas' terá continuação, mas a forma como termina dá pode ser entendida como um final ou não. Veremos!!!
A história se passa em Nova Orleans, Marius Gray um garoto de 12 anos, perdeu a mãe a quase dois anos, mas não aceita isso e decide que irá trazer a mãe de volta a vida, ela está presa no inferno (nessa parte lembrei quando Percy Jackson faz o mesmo por sua mãe). Para isso ele terá que caçar monstros para juntar moedas mágicas que lhe permitirá resgatar a mãe. Mas o feitiço precisa ser feito antes dos dois anos de morte estar completo. Marius também é guardião (zelador vigilante) do cemitério da família (um garoto coveiro, profissão nobre no mundo mágico). Ele cuida da estrutura e também dos fantasmas que lá vivem (eles acabam sendo um tipo de família, principalmente o de Hugo, um Lutin, um fantasma amigável de um órfão que diferente dos outros fantasmas pode aparecer durante o dia e se tornou amigo, tipo irmão mais novo que não envelhece).
Sendo caçador de monstros Marius tem como principal arma um livro que ele prende os monstros. Isso me lembrou tanto os Ghostbusters quanto um livro que tem na série 'Os últimos Jovens da Terra' onde eles anotam tudo sobre os monstros que eles vão enfrentando e ele vira um tipo de catálogo dos monstros, muito interessante. Além disso Marius usa um sobretudo encantado que foi de seu pai e essa peça me lembrou a capa da invisibilidade do Harry Potter 💖💖💖
Além de toda responsabilidade ele precisa frequentar a escola da Madame Millet, uma das sacerdotisas fronteiriças mais poderosas em Nova Orleans para estudar sobre o mundo humano e o mundo mágico. E como nada é fácil na vida de Marius ele tem uma rixa com Mildred, a filha da dona da escola e isso nos presenteia cenas de tensão e discursões entre eles.
Uma outra coisa que me lembrou Harry Potter foi que Marius também ficou órfão de pai e mãe e essa solidão doía muito nele, assim como em Harry. Em vários momentos ele descreve suas dificuldades por estar só e com tantas responsabilidades, além de desejar ter um adulto para confiar. Mas ao mesmo tempo ele reconhecia quem eram as pessoas que estavam ao seu lado sempre que ele precisava de algo. E uma das amizades mais inusitadas dele era com uma sereia, um dos monstros que deveria caçar, mas devido sua conexão com ela, ele a protegia porque ela também era uma órfã, sozinha como ele. "Rhiannon parecia uma garota de treze anos."
Nesse mundo apresentado aqui, existem pessoas normais, pessoas mágicas e pessoas fronteiriças que andavam na corda bamba entre o mundo comum e o paranormal. A história foca nas caçadas de Marius e em como ele vai enfrentando cada coisa que lhe acontece, esse mix ao meu ver foi perfeito porque apesar das altas responsabilidades sobre ele, apesar dele ser maduro para 12 anos, ele também demonstra suas vulnerabilidades e isso humanizou ele e me aproximou de suas dores. Leiam e descubram se ele conseguirá resgatar a mãe e mudar seu destino.
<<< QUOTES >>>
"Certa vez alguém perguntou para Marius Grey se ele sabia qual era o gosto do pavor, e ele respondeu, com muita confiança, que tinha gosto de moeda." pg.1
"Cada caçador de monstros tinha seu próprio livro. Um que apenas eles pudessem empunhar. O dele ainda brilhava um pouco por conta da energia dentro, mas não havia como confundir o título gravado no topo em letras garrafais." pg.11
"Cada página era assim, um relato contínuo de cada monstro que o caçador já havia capturado. Seus retratos e informações para sempre catalogados para o bem da prosperidade." pg.19
"Não há vocação maior, Marius, meu querido. Nós, os coveiros, vivemos tanto do lado de lá quanto do lado de cá. Conseguimos aproveitar a melhor parte dos dois mundos. É uma honra." pg.21
"Marius se inclinou e afundou o rosto nas mãos. Ele fechou os olhos e tentou não gritar. Era coisa demais. Noites longas demais, trabalho demais e pouco dinheiro pelo seu esforço. Tempo demais sozinho num mundo perigoso. Agora, ele era responsável por uma sereia também. Ele mal conseguia se manter alimentado e vivo." pg.26
"Ah, como ele gostaria de poder ficar um pouco e aproveitar a diversão. Rhiannon não era a única atraída pelo mundo além do dela." pg.50
"As conversas com Rhiannon e Hugo se distanciavam de monstros e se dirigiam para outros assuntos. Assuntos mais agradáveis. Os que não envolviam sangue e garras." pg.88
"Viver como um órfão de doze anos de idade o tinha deixado vazio por dentro. Garoto coveiro ou não, ele estava cansado de estar sozinho." pg.106
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