Editora: Faro Editorial
(Cedido em parceria)
2019 - 175 págs
Sinopse: Skoob
Quando soube que a Faro Editorial iria lançar um livro sobre a família Bronte e com edição especial em capa dura etc fiquei mega curiosa e corri para solicitar. Ao recebê-lo em mãos não acreditei no presente que tinha em mãos, com certeza um livro apaixonante para os antigos e novos fãs (como eu) da família Bronte. Com essa leitura pude ter uma noção de como essa família icônica viveu e como se tornaram referencia literária. Confesso que fiquei morrendo de pena da forma como Charlotte foi perdendo seus parentes, um a um, e como isso influenciou sua vida. Com certeza, agora pretendo ler tudo que ela e as irmãs lançaram. Espero que vocês leiam 'Os manuscritos perdidos' e se permitam envolver e conhecer um pouco mais da família Bronte. Ótima dica de presente de Natal!!!!
Já no prefácio somos avisados que iremos acompanhar um pouco da vida da família Bronte, considerada extraordinária, icônica e fascinante devido seu legado literário. O livro 'os manuscritos perdidos' tem como base uma preciosa relíquia que pertenceu a mãe de Charlotte, o livro 'The Remains of Henry Kirke White' (1810). Esse livro foi passado aos filhos como um tipo de herança, uma forma deles estarem perto da mãe que morreu tão jovem.
Sabemos que Charlotte Bronte é uma das maiores e mais amadas escritoras inglesas e que tudo relacionado a família costuma ser chamado de bronteana. Nesse livro "as quatro principais estudiosas dos Bronte trazem interpretações e análises desse achado tão significativo." pág.08
Lendo esse livro poderemos conferir a história (como ele chegou até a família) e o seu significado para família e para o mundo, já que dentro dele foi encontrado manuscritos inéditos da Charlotte, produzidos quando ela tinha 17 anos. Por que eles estariam escondidos!? Foi intencional!?
No capítulo 'Arqueologia do livro por Barbara Heritage' conheceremos a procedência histórica do livro e compreenderemos quantas vidas ele conseguiu tocar.
"Os livros impressos são uma das ligações mais importantes com o passado. Depois das moedas, os livros talvez sejam os artefatos históricos sobreviventes mais prevalentes." pág.26
"Os livros parecem sítios arqueológicos." pág. 26
Muitos morriam de tuberculose e câncer na época dos Bronte. Uma pena, todos tão jovens.
O que esse livro tinha de tão especial para ser escolhido e levado por Maria Branwell, mãe dos Bronte em sua mudança e por que ele foi tão cultuado pelo marido e filhos??? Esse livro fez sucesso na época porque muitos metodistas o liam, porque o autor descrevia sua convicção pessoal sobre a verdadeira religião.
No capítulo 'Uma visita a Haworth por Emma Butcher' iremos perceber que a autora usou a cidade real como cenário das cidades imaginárias de seus textos. A Juvenília (textos escritos durante a juventude dos irmãos Bronte) tem uma importância enorme para o estudo do legado da família.
Antes das três irmãs terem sucesso na literatura, elas e o irmão Branwell já eram poderosos na escrita devido a brincadeira favorita deles serem oficinas literárias onde eles se dividiam em duplas e criavam mundos completos para seus personagens.
"Criaram reinos fantásticos e povoados com inúmeros personagens e acontecimentos." pág.75
Graças ao pai, eles sempre foram encorajados a ler e escrever muito, desde pequenos. Claro que eles acabavam lendo e escrevendo sobre assuntos não autorizados pelo pai e para esconder dele, escreviam em letras muito pequenas e em livros menores que moedas que eles mesmo criavam.
No capítulo 'Cristais Partidos por Sarah E. Maier' iremos conhecer de onde surgiam as inspirações para criação e caracterização dos personagens dos Bronte (confesso que esse foi o capítulo com a narrativa mais parada na minha opinião, os demais fluíram bem melhor).
"Ler a juvenília de Charllote Bronte é uma surpresa para aqueles que apenas conhecem seus romances." pág. 95
"Este ensaio analisa como Charllote constrói e mobiliza as masculinidades que ela cria e incorpora por meio de uma série de personagens masculinas." pág.95
"Poder da criatividade até a beira da insanidade." pág.96
A cada ensaio algumas informações são repetidas (elas já foram citadas nos capítulos anteriores) e isso acaba deixando a leitura cansativa.
"A juventude de Charlotte correu entre perdas familiares, confusão infantil e aprendizado precoce. Há uma crise entre a necessidade urgente de expressar conhecimento ao mesmo tempo em que percebe, com muita angústia, que não tem voz, pelo menos naquele momento." pág.97/98
Assim como tantas outras escritoras da época, Charlotte sofreu preconceito por ser mulher e chegou a ser desestimulada a seguir a carreira, por isso ela precisou usar o pseudônimo Currer Bell, por um bom tempo.
Como já falei o pai de Charlotte sempre incentivou todos os filhos a ler tudo que pudessem, além de participarem dos debates sobre literatura e politica. Segundo ele, os filhos deveriam ter opiniões bem fundamentadas. Eles adoravam Byron (ateu, escandaloso) e esse admirava Kirke White. A leitura dos escritos de White influenciaram os primeiros escritos dos Bronte.
Northangerland um dos personagens de Charlotte é conhecido por estar "repleto de inquietude, desprezo e ódio pela humanidade."
Por fim no último capítulo 'Reinventando o céu por Ann-marie Richardson' encontraremos informações sobre a importância do livro "The Remains" sobre os fundamentos de "O morro dos ventos uivantes". Esse capítulo final foi ótimo para mim, porque eu já tinha lido o livro da Emily e ficou fácil entender o que estava sendo falado.
De uma forma geral penso que a leitura de 'Os manuscrito perdidos' dá a oportunidade de qualquer leitor entender como viveu e se desenvolveu essa família de escritores famosos e como cada um lidou com tudo que estava ao seu redor e como isso influenciou em seus escritos e como eles continuam tocando os leitores dois séculos após a morte de todos. Eu adorei e mega indico!!!
Algumas fotos da minha linda edição 💕💕💕💕💕
Obrigada pela atenção!!!
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Onde você comprou essa edição em capa dura? Na Amazon só encontro a edição normal.
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